O Desportivo Arco de
Baúlhe está em 2º lugar na tabela da 1ª Divisão Série D da Associação de Braga.
O lugar no “pódio” serviu de pretexto a uma conversa com o presidente do clube
com 66 anos de história Silvino Pimenta. O dirigente, o mais jovem da AF Braga,
não se deslumbra com o momento atual e afirma que não há “receitas mágicas”
para as vitórias.
O DAB terminou a
época de 2014/2015 em 14º lugar. No início de 2016 encontra-se em 2º com 9
vitórias. Ganhar o campeonato é o objetivo?
Passámos por um período um pouco conturbado. Depois da
descida de divisão achámos que o melhor seria apostar no futuro e deixar o
imediato em segundo plano. Assim, optámos por recolher o diamante bruto
disponível no concelho e lapidá-lo. Ganhar o campeonato nunca foi um objetivo
declarado, mas todos sabemos que o resultado final do 2.º classificado e do
último classificado desta divisão será o mesmo, a manutenção. Ao virar do
campeonato estamos no pódio e de lá não queremos sair. Mas, e aproveitando a
referência à época passada, também começámos bem a época 2014/2015 e acabámos
por descer. Tendo isto em mente não nos deslumbramos com o momento atual, mas
desfrutamos dele e vamos continuar a desfrutar até ao fim. Depois fazem-se as
contas. Até lá, deixem-nos sonhar.
Jogadores do
concelho, retenção de custos e uma direção jovem são o segredo do sucesso?
Não há receitas mágicas. Quanto à retenção de custos não foi
propriamente uma opção mas antes uma necessidade. Gostava que o clube tivesse meios para retribuir aos atletas o esforço e a
dedicação que estes lhe têm prestado mas a situação económica não é famosa. A
direção é jovem e esforça-se pelo clube. O facto de os jogadores serem do
concelho e consequentemente conhecidos também facilita à harmonia que reina no
balneário. Aliás, penso que o ambiente familiar que se verifica entre adeptos,
jogadores, equipa técnica e direção é o grande pilar desta primeira volta.
Como se sente
nesta 1ª época como presidente?
Avancei com a minha lista, devido ao apoio dos meus colegas,
dos jogadores e do antigo Presidente Manuel António Silva, e porque tínhamos a
certeza que ninguém ia avançar com uma lista. Grande parte de nós já fazia
parte da direção anterior e entre nós tínhamos que escolher um Presidente e fui
eu o escolhido. Eu sinto-me realizado, estamos a trabalhar bem em prol do clube,
embora com muito trabalho, algo que já estava habituado, devido que já faço
parte do Associativismo há cerca de 8 anos, por isso é trabalhar com união e
harmonia e esperar por resultados positivos.
Sentiu alguma
reticência por parte dos sócios por ser um dirigente tão jovem?
Inicialmente sim, mas é normal. Se os adeptos reagem,
positivamente ou negativamente, eu fico contente. É sinal que se importam com o
clube. E é por eles que trabalhamos. Os seus aplausos ao domingo à tarde em
Morgade são a nossa motivação. Atualmente os sócios estão com o clube e isso é
que importa. Só espero que o número de sócios não caia novamente e por isso
apelo a todos eles que ajudem o clube.
Vão manter o
plantel esta época? Há alguma mudança que espera ver alcançada?
Não somos um clube profissional e a qualquer momento poderão
sair jogadores por razões pessoais. Na época passada, devido à instabilidade da
economia, vimo-nos privados de alguns jogadores a meio da época. Pela minha
experiência previno-me para todas as situações. Mas o meu desejo, que é a minha
convicção, é que todos fiquem. Não só por serem bons jogadores, mas também
porque são bons miúdos.
Como espera ver o
DAB daqui a 10 anos?
O Desportivo de Arco de Baúlhe é um clube histórico… o maior
da distrital. Queremos colocá-lo no sítio dele. Acredito que com outras
condições conseguiremos alcançar resultados surpreendentes. Temos muita
qualidade desportiva na zona. Acredito que se tivéssemos um relvado sintético
há dez anos estaríamos melhor e alguns dos nossos atletas talvez tivessem tido
a oportunidade de singrar no futebol. Qualidade há, faltam condições. José
Gomes prova isso mesmo.
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