quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Entrevista Desportivo Arco de Baúlhe - Presidente Silvino Pimenta diz “deixem-nos sonhar”






O Desportivo Arco de Baúlhe está em 2º lugar na tabela da 1ª Divisão Série D da Associação de Braga. O lugar no “pódio” serviu de pretexto a uma conversa com o presidente do clube com 66 anos de história Silvino Pimenta. O dirigente, o mais jovem da AF Braga, não se deslumbra com o momento atual e afirma que não há “receitas mágicas” para as vitórias.


O DAB terminou a época de 2014/2015 em 14º lugar. No início de 2016 encontra-se em 2º com 9 vitórias. Ganhar o campeonato é o objetivo?
Passámos por um período um pouco conturbado. Depois da descida de divisão achámos que o melhor seria apostar no futuro e deixar o imediato em segundo plano. Assim, optámos por recolher o diamante bruto disponível no concelho e lapidá-lo. Ganhar o campeonato nunca foi um objetivo declarado, mas todos sabemos que o resultado final do 2.º classificado e do último classificado desta divisão será o mesmo, a manutenção. Ao virar do campeonato estamos no pódio e de lá não queremos sair. Mas, e aproveitando a referência à época passada, também começámos bem a época 2014/2015 e acabámos por descer. Tendo isto em mente não nos deslumbramos com o momento atual, mas desfrutamos dele e vamos continuar a desfrutar até ao fim. Depois fazem-se as contas. Até lá, deixem-nos sonhar.

Jogadores do concelho, retenção de custos e uma direção jovem são o segredo do sucesso?
Não há receitas mágicas. Quanto à retenção de custos não foi propriamente uma opção mas antes uma necessidade. Gostava que o clube tivesse  meios para retribuir aos atletas o esforço e a dedicação que estes lhe têm prestado mas a situação económica não é famosa. A direção é jovem e esforça-se pelo clube. O facto de os jogadores serem do concelho e consequentemente conhecidos também facilita à harmonia que reina no balneário. Aliás, penso que o ambiente familiar que se verifica entre adeptos, jogadores, equipa técnica e direção é o grande pilar desta primeira volta.

Como se sente nesta 1ª época como presidente?
Avancei com a minha lista, devido ao apoio dos meus colegas, dos jogadores e do antigo Presidente Manuel António Silva, e porque tínhamos a certeza que ninguém ia avançar com uma lista. Grande parte de nós já fazia parte da direção anterior e entre nós tínhamos que escolher um Presidente e fui eu o escolhido. Eu sinto-me realizado, estamos a trabalhar bem em prol do clube, embora com muito trabalho, algo que já estava habituado, devido que já faço parte do Associativismo há cerca de 8 anos, por isso é trabalhar com união e harmonia e esperar por resultados positivos.

Sentiu alguma reticência por parte dos sócios por ser um dirigente tão jovem?
Inicialmente sim, mas é normal. Se os adeptos reagem, positivamente ou negativamente, eu fico contente. É sinal que se importam com o clube. E é por eles que trabalhamos. Os seus aplausos ao domingo à tarde em Morgade são a nossa motivação. Atualmente os sócios estão com o clube e isso é que importa. Só espero que o número de sócios não caia novamente e por isso apelo a todos eles que ajudem o clube.

Vão manter o plantel esta época? Há alguma mudança que espera ver alcançada?
Não somos um clube profissional e a qualquer momento poderão sair jogadores por razões pessoais. Na época passada, devido à instabilidade da economia, vimo-nos privados de alguns jogadores a meio da época. Pela minha experiência previno-me para todas as situações. Mas o meu desejo, que é a minha convicção, é que todos fiquem. Não só por serem bons jogadores, mas também porque são bons miúdos.

Como espera ver o DAB daqui a 10 anos?

O Desportivo de Arco de Baúlhe é um clube histórico… o maior da distrital. Queremos colocá-lo no sítio dele. Acredito que com outras condições conseguiremos alcançar resultados surpreendentes. Temos muita qualidade desportiva na zona. Acredito que se tivéssemos um relvado sintético há dez anos estaríamos melhor e alguns dos nossos atletas talvez tivessem tido a oportunidade de singrar no futebol. Qualidade há, faltam condições. José Gomes prova isso mesmo.

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