O serviço é gratuito
durante a presente de época de caça e pretende alertar caçadores e agentes para
a segurança alimentar e a proteção da saúde pública.
Madalena Vieira-Pinto
recebe amostra de carne de javali para despiste de triquinela
Créditos: Setor Fotografia
da UTAD
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O Laboratório de Tecnologia, Qualidade e Segurança Alimentar
(TeQSA) da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) criou um serviço
de despiste de Trichinella, através da análise de amostras de músculo de
javali, cuja resposta é dada em 24 horas, após a receção das amostras. Este
serviço está a ser efetuado de forma gratuita, durante a presente época
venatória e será, provavelmente, também gratuito na próxima época, devido ao
apoio financeiro atribuído ao TeQSA pelo Safari Clube Internacional – Lusitânia
Chapter. “Com esta iniciativa pretende-se sensibilizar e fidelizar os caçadores
para a utilização deste serviço, já que é importante que o caçador que
beneficia do autoconsumo possa usufruir de um sistema adequado de recolha de
amostras de carcaças de javali e de um resultado rápido do exame de Trichinella
antes do consumo das peças de caça”, afirma Madalena Vieira-Pinto, docente e
investigadora da UTAD e responsável pelo TeQSA. A Triquinelose é uma doença
causada por parasitas da espécie Trichinella. Nos animais, a Triquinelose está
frequentemente associada à infeção do porco doméstico (Sus domésticos) e do
javali (Sus scrofa). O Homem também pode padecer desta doença, reconhecendo-se
hoje que, na Europa Ocidental, a principal fonte de infeção para o homem ocorre
por ingestão de carne de javali e de porco crua ou cozinhada a baixas
temperaturas. “No homem, os principais sintomas associados à Triquinelose
incluem dor abdominal, náuseas, vómitos e diarreias, dores musculares,
dificuldade respiratória, dificuldade em deglutir, edema das pálpebras. Em
casos mais graves pode ocorrer insuficiência cardíaca e distúrbios neurológicos
como dor de cabeça e vertigem”, explica a mesma responsável.Na carne, a
presença de larva normalmente não é visível a “olho nu” exigindo a análise
laboratorial para detetar este parasita. Atualmente, de acordo com a legislação
em vigor, todas carcaças de javali destinadas a serem comercializadas para
consumo humano têm de ser sistematicamente sujeitas à pesquisa de Triquinella como
parte do seu exame post mortem, em matadouros ou em estabelecimentos de
preparação de caça (Regulamento (CE) Nº. 854/2004 e Regulamento (CE) Nº
2075/2005). No entanto, “no que se refere ao autoconsumo esta obrigatoriedade
não se encontra prevista na legislação”, acrescenta a responsável do TeQSA. A
fim de divulgar este serviço, o TEQSA participou, a convite da organização, na
XX Feira de Caça e Turismo de Macedo de Cavaleiros, que decorreu de 28 a 31 de
janeiro. Neste certame a UTAD recebeu a visita de inúmeras individualidades do
setor da caça, entre as quais, a do Secretário de Estado das Florestas e do
Desenvolvimento Rural, Amândio Torres.Os caçadores e agentes interessados neste
serviço poderão dirigir-se ao Laboratório TeQSA, na UTAD, enviar as amostras ou
contatar o TeQSA através do email mmvpinto@utad.pt e do telefone nº 259 350
904.
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